Primeiros passos na criação
de fontes |
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criação de fontes
(artigo originalmente publicado no
site Aranha Internet e design)
Fábio Carvalho
6/5/2000
Se você é um "viciado"
em tipologia, já deve ter tido vontade
de criar a sua própria tipologia. A idéia
de conceber uma tipologia exclusiva e original
é certamente fascinante, mas não
se pode esquecer que este é um trabalho
árduo, que exige uma dedicação
longa e intensa. Uma tipologia completa, realmente
bem planejada e executada, é um trabalho
que pode levar até mesmos alguns anos.
Mas isto não deve desanimar quem quiser,
mesmo que só por diversão, se aventurar
nesta área. Nada impede que se comece com
uma tipologia extremamente simples, se for apenas
para nosso próprio uso e deleite. Veja
agora alguns pontos básicos que se deve
ter em mente no processo de criação
de uma fonte.
inspiração
As idéias para uma nova fonte podem vir
de qualquer lugar. Faça uma coleção
de tipos que despertam sua atenção.
Sempre que você encontrar uma determinada
tipologia que lhe agrada, seja numa revista, jornal,
anúncios em geral, bilhetes, cartões
de felicitação, livros, posters,
manuscritos, etc, guarde este material como exemplo.
Você pode até mesmo organizar um
caderno, onde você vai colando estes exemplos.
Um fichário talvez seja ainda melhor, pois
permite que as páginas sejam reorganizadas
e separadas à vontade.
estilo
Quando você começa a desenhar uma
tipologia do "zero", é melhor
já ter em mente o tipo de "clima"
que você quer que esta fonte venha a ter:
moderna, clássica, futurística,
séria, divertida, etc. Pense também
se a fonte será leve, pesada, alta, baixa,
larga, estreita, etc. Tudo isso depende, naturalmente,
do tipo de mensagem que você deseja passar
através do desenho da tipologia em si.
Consulte a sua "biblioteca", que sugerimos
acima que você organize, e estude como os
outros designers tratam este assunto. Por exemplo,
se você pretende criar uma fonte "moderninha",
consulte as páginas onde você arquivou
filipetas e anúncios de produtos para a
"generation next". Separe o que mais
lhe chamar a atenção, e tente descobrir
o que as tipologias usadas podem ter em comum.
Este é um ponto de partida para definir
o estilo que sua fonte terá.
o lado "nerd" da coisa
Há duas formas básicas para se
criar uma fonte. Você pode desenhar as letras
e símbolos de sua fonte diretamente nos
programas de edição de fontes, ou
desenhá-las no papel, e depois escaneá-las,
e importá-las para os programas de edição
que possuem o recurso de converter um bitmap em
curvas. Este último método costuma
ser mais rápido e preciso, embore não
lhe dispense totalmente da necessidade de fazer
ajustes manuais nas curvas geradas.
Criando uma fonte diretamente no programa
de edição:
- Comece pelo desenho do contorno (glyph) da
letra.
- Em alguns programas, você já
desenha diretamente na "casa" de cada
letra. Por exemplo, se você for desenhar
a letra A maiúscula, você
clica duas vezes na posição ASCII
65 (no caso do PC) da tabela de caracteres.
Isto lhe traz a janela de edição
do caractere.
Em alguns outros, você primeiro desenha
a letra, e depois diz qual posição
na tabela ASCII ela deve ocupar. Clique
aqui para ver uma tabela ASCII completa.
- Repita este processo para cada letra do alfabeto,
números e símbolos.
- Salve seu trabalho como um arquivo .ttf (PC).
Criando uma fonte usando um scanner:
- Depois de ter desenhado todos os caracteres
de sua fonte, escaneie seu projeto, e salve
cada caracter individualmente como um arquivo
.bmp.
- Você irá usar os caracteres escaneados
como gabarito. Abra a janela de edição
para um novo caracter. Importe o bitmap correspondente
ao caracter que se vai gerar.
- Mande o programa converter o bitmap em curvas
(geralmente esta função se chama
"trace").
- Agora você dever ter obtido um caracter
vetorial bastante próximo do seu desenho
original. Ajuste o que for necessário.
- O resto do processo é bastante parecido
com o descrito acima.
Estas instruções são muito
básicas, e servem como um ponto de partida
para que você possa começar a criar
suas próprias fontes. Há muitos
outros aspectos que não foram abordados
aqui, tanto no lado criativo, como no lado técnico.
Sugiro que você consulte os livros especializados
no assunto, para aprender mais sobre a criação
de tipologias.
Veja abaixo algumas boas referências sobre
tipologia e criação de fontes na
própria Internet (em inglês):
:::| Typography for Desktop Publishing
http://desktoppub.about.com/compute/desktoppub/msubmenu11.shtm
:::| How to make fonts
http://desktoppub.about.com/compute/desktoppub/msubtd_howto.shtm
:::| Font Frame Type School
http://www.fontframe.com/tutorials.shtml
programas de edição
:::| Fontographer - provavelmente o programa
profissional mais usado, e também um dos
mais caros.
http://www.macromedia.com/software/fontographer
:::| Font Lab - programa profissional não
tão famoso quanto o acima, mas ainda mais
caro.
http://www.fontlab.com/fl_main.shtm
:::| Font Lab 3.0, Scan Font 3.0, FONmaker
e Type Tool - estes programas também
são comerciais, mas você pode baixar
a versão demo deles. Entretanto, na versão
demo não é possível salvar
seu trabalho.
http://www.pyrus.com
:::| Font Creator - programa shareware.
http://www.high-logic.com/fcp.shtm
:::| Softy - shareware. Possui uma versão
inteiramente grátis, mas com menos recursos
que a versão registrada. Há também
um tutorial do programa.
http://home.iclweb.com/icl1/d.w.emmett/
:::| TransType - programa de conversão
entre os formatos PC e Mac.
http://www.fontlab.com/html/transtype.html
:::| TT Converter - programa de conversão
de formatos, apenas para Mac.
http://members.xoom.com/acidfonts/acidzips/ttconverter.hqx
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