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Uma reflexão sobre a minha trajetória como artista
Fábio Carvalho
março/2013

Desde que comecei a produzir trabalhos sob o título geral “Macho Toys”, percebo que há quem questione como uma pessoa que durante muitos anos trabalhou com identidade/genética, registros de viagens, cartografias, diários visuais do cotidiano, música, agora trabalha com brinquedos militares, flores de plástico, bordados e rendas. 

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Variações Fenotípicas de Fábio Carvalho | 1995/98 | 100 x 180 cm


Na verdade, basta observar mais atentamente o meu percurso nos últimos 20 anos, e perceber como minha produção se dá, que o estranhamento não terá mais lugar. Certamente na superfície, em termos de temática, forma de trabalho/mídia, e tipo de imagem, são muito diversos, e aparentemente irreconciliáveis. Mas há sim uma forte ligação entre todos eles. Esta ligação, ou o fio condutor da minha forma de trabalhar, é a forma como eu organizo e traduzo os estímulos à minha volta, os estímulos que mais me afetam, os que me são mais importantes, e que por isso, entram nos, ou se tornam meus trabalhos.

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Fluxo n° 3 | 1997 | 29 x 66 cm (Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM-RJ)


E são sempre estímulos que surgem no dia a dia, às vezes absolutamente banais, de tão cotidianos, mas que tem relação com tudo aquilo que me é mais significativo, dentre tudo o que me acontece, num determinado período. E o método de lidar, ou de traduzir estes estímulos em obras quase sempre compreende o uso e imagens e objetos que já existem no mundo. É muito raro em minha produção haver trabalhos em que eu parti do branco, do “zero”. E são imagens e objetos que tem em comum o fato de serem originalmente múltiplos, reprodutíveis e reproduzidos em larga escala, que de tanto repetidas, se tornam vazias, e que através da minha apropriação e intervenção tornam-se novas, primeiras e únicas, como se houvesse o retorno da aura perdida na repetição original.

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Cartografias Transmutadas - Londres | mapa recortado e remontado | 2004 | 56 x 90 cm


São imagens e objetos criados ou produzidos em grande quantidade pois se destinam ao consumo por muitos (e no final, na verdade, de ninguém em particular) e que ao passarem pelo meu processamento, pelo meu filtro e tradução se tornam, além de únicas, minhas.

 
The Image of Music – nº 1, The Sound Of Music | 2005 | 30 x 20 cm

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The Image of Music | 2005


Eu prefiro pensar a partir das coisas que já estão no mundo, imagens e objetos que já existem antes do meu interesse por eles. No meu trabalho a natureza a ser desvendada, e a paisagem a ser interpretada é justamente este imenso repertório de coisas já produzidas pela humanidade, e através de meus procedimentos extrair destas coisas as mensagens subjacentes, o que pode estar escondido, e trazê-lo à superfície.

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"Yours Sincerely" | 2011 | 107 x 210 cm


Outro ponto comum de praticamente toda a minha produção artística, e que é praticamente uma marca de minha produção, é trabalhar com séries. Séries criadas com imagens e objetos produzidos também em série. Às vezes o trabalho pode ser apenas “um”, mas constitui-se de uma grande quantidade de coisas geradas por procedimentos similares, constituindo polípticos. A seriação nestes casos é interna ao trabalho.

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Dos que partem, aos que ficam (Santuário das Ninfas II) | 2010/11 | 30 x 24 cm cada


E justamente por meus trabalhos serem sobre algo, e não o exercício de uma mídia específica, cada trabalho pode ser resultado de um procedimento ou material completamente diferente do outro. Bordado, decalques, fotografia, colagem, objetos... e vídeo, computação gráfica, manchas de suor, códigos de barra, meias, calendários, fósforos queimados, webcam, desenho, comida, alfinetes, SMS, comerciais de tv, camisetas, internet, postais, arames, sacos de plástico, e o que mais for preciso. Não sou um artista de uma mídia ou técnica só. Para mim o mais importante não é o meio, mas sim a mensagem. Desta forma, escolho o meio em que o trabalho melhor se dá; o trabalho me diz como deve ser feito.

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Pérolas aos poucos n° 4 | 2012 | 30 x 40 cm
 
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