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Bai feliz buando, no bico dum passarinho  
(série Portugal - lenços de namorados) 
bordado à mão sobre reprodução fotográfica montada em tela, renda e passamanaria, apliques industriais, aplique metálico, miçangas

Go ´appily flyin´, on a bird's beak
(Portugal series - valentine's handkerchiefs)
hand made embroidery on photos of World War I soldiers, industrial lace trim, industrial patches, metallic embellishment, beads


2012/2016

[ english version ]

Trabalhos decorrentes da Residência Artística no Maus Hábitos, Porto, Portugal, em abril 2012, onde busquei incorporar, na atual pesquisa do meu trabalho, elementos típicos dos labores ditos femininos, ainda presentes na cultura lusitana, em particular os lenços de namorados, um elemento de conexão no passado entre Portugal e Brasil, embora conhecidos por poucos no Brasil. 

Os lenços de namorados são uma forte tradição da cultura popular portuguesa no norte do país, que teve origem pelo século XVIII. Eram lenços bordados pelas mulheres solteiras, que eram usados originalmente para declarar seu interesse por um determinado rapaz. Elas entregavam o lenço para o pretendente, que se o usasse em sua roupa no dia seguinte, indicava que ele correspondia ao sentimento da moça. Mais tarde, os lenços passaram também a ser presenteados ao namorado ou marido que partia para uma terra distante em busca de melhores condições de vida, na maioria das vezes para o Brasil.

As imagens usadas na série Bai feliz buando, no bico dum passarinho são sempre de soldados que estavam prestes a partir para a I Guerra Mundial, muito provavelmente para serem deixadas com as famílias, como uma lembrança. Para muitas destas pessoas, esta foi a primeira e última foto que fizeram em todas as suas vidas


O fio que une a tradição do bordado português à produção artística de Fábio Carvalho tece obras que permitem a reflexão sobre os papéis sociais de gênero.

O Lenço de Namorados é uma tradição do norte de Portugal que surgiu entre os séculos 18 e 19, em que mulheres escreviam mensagens românticas que bordavam com linhas coloridas em tecidos de algodão ou linho branco, com o tamanho entre 50 e 60 cm. As mensagens eram acompanhadas por desenhos que eram analogias ao amor, à fidelidade e/ou ao casamento. Quando finalizado, o lenço era enviado ao pretendente. Se ele o aceitasse, usava a peça em seu traje nas ocasiões especiais, como demonstração do sentimento recíproco, e logo o namoro era oficializado. Caso não fosse recíproco, o rapaz devolvia o lenço. Com o tempo, esses lenços também passaram a ser entregues aos namorados e maridos que saíam de Portugal em busca de melhores condições de vida no exterior.

Em uma das residências artísticas que realizou em Portugal, em 2012, Fábio pesquisou esta tradição, que incorporou à sua poética e subverteu: são mãos masculinas que bordam um amor que ultrapassa os padrões sociais normativos.

Jordana Braz ( novembro/2020)

texto curatorial local para a exposição Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte, no Sesc Pinheiros, SP, SP.

    na mídia // clipping
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Revista E - Sesc SP | jan 2021
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Jornal da USP | dez 2020
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Revista Museu | dez 2020
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Revista E - Sesc SP | dez 2020
       
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Gazeta de SP | nov 2020
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Lilian Pacce | nov 2020
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Ceará Máquinas | nov 2020
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Noite dos Museus | nov 2020
       
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revista VOGUE | nov 2020
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RG | nov 2020
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Flipboard | nov 2020
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Kleber Patrício | nov 2020
       
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Revista AG | A Gazeta | 01/2019
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O Globo Bairros (web) | 05/2018
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O Globo Barra | 05/2018
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Follow the Colours - Instagram | 02/2018
       
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Lilian Pacce | 03/2017
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Art Rio | 03/2017
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ARTE 351 - Portugal | 02/2017
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O Paralelo (PoA/RS) | 02/2017
     
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Sete Artes | 02/2017
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ArtMaZoneog - Paris - fevereiro 2013
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EBibliothèque (Grécia) - 10/2013
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Ateliê da Imagem - 12/2014
       
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Mapa das Artes - 12/2014
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Art Arte - 12/2014
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CUBO BRANCO - 12/2014
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arte|ref - 12/2014
 
english version [ top ]

This series of works was conceived during the Artist-in-residence program at Maus Hábitos, Porto, Portugal, in April 2012, where I sought to incorporate, in the current research of my work, typical elements of the so-called feminine labors, still present in the Lusitanian culture, in particular the valentine's handkerchiefs, a connection between Portugal and Brazil in the past, although nowadays known by few in Brazil.

The valentine's handkerchiefs are a strong tradition of Portuguese popular culture in the north of the country, originated in the eighteenth century. They were handkerchiefs embroidered by single young women, who were originally used to declare their interest in a particular young man. They would hand the handkerchief over to the suitor, who would wear it on their clothes in the next day, indicating that he corresponded to the girl's feelings. Later, the handkerchiefs also began to be presented to a boyfriend or a husband who was leaving to a distant land in search of a better life, most of the time they left to Brazil.

The images used in this series are always of soldiers who were about to leave for World War I, most likely to be left with their families as a souvenir. For many of these soldiers, this was the first and last photo they ever made in their whole lives.

My recent art production came from a reflection upon the toys that people give to their children, that, even if not intentionally, are used to define gender, sexual identity, personality, etc: dolls and domestic or sensitive activities for girls; balls, weapons, soldiers and more active and strength oriented games for boys.

My artistic poetics lies precisely in the superposition and conflict between traditional elements of the feminine universe, in particular floral ornamental patterns, porcelain crockery, embroidery, among other so-called feminine activities, with stereotypes of masculinity such as the soldier, the powerful executive, the weightlifter, the cowboy, etc.

 
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