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conheça o trabalhoO fio da trama: arte contemporânea brasileira
Fatima Bercht
2001

 
 

Esta exposição se concentra em trabalhos criados na última década por vinte e um artistas brasileiros contemporâneos. As técnicas incluem escultura, fotografia e instalações multimídia. Os artistas participantes são Efrain Almeida, Brígida Baltar, Miguel Rio Branco, Fábio Carvalho, Paulo Climachausca, Rochelle Costi, Eliane Duarte, Tatiana Grinberg, Luiz Hermano, Hilal Sami Hilal, Lina Kim, Leonilson, Ana Linnemann, Marepe, Vera Martins, Vicente de Mello, Monken, Vik Muniz, Ernesto Neto, Nazareth Pacheco e Laura Vinci. Este grupo abarca artistas de distintas regiões do Brasil, tanto de zonas altamente industrializadas, como daquelas que ainda estão ligadas a economias agrárias. Sem dúvida, a maioria destes artistas vive em grandes centros urbanos e tem formação em artes plásticas. Esta exposição não pretende ser uma afirmação que procure definir em termos nacionais a arte brasileira; procura, ao contrário, tecer distintas sensibilidades artísticas, notáveis por si só, e abrir uma janela para questões complexas, tanto formais como substantivas, recorrentes no trabalho dos artistas brasileiros contemporâneos.

O nome da exposição, O Fio da Trama / The Thread Unraveled, foi selecionado porque transmite a maneira pela qual percebo o papel do curador neste projeto em particular: sua melhor caracterização é a de um tecelão. (...) Quando um curador elege obras de artistas distintos e as ordena em um espaço de exposição, e depois no catálogo, criam-se relações entre as obras e seus criadores, o que pode incitar a vê-las como uma entidade definitiva. Desta feita, estas conexões são uma questão de eleição pessoal.

Como a tecelã de O Fio da Trama, busco criar um tecido de forma frouxa, ainda que suas seções sejam tecidas com pontos bem fortes. Meu desejo é que a exposição tenha a qualidade do encaixe, que transmita tanto o espaço positivo, como o negativo. Claro que esta metáfora reconhece a inevitável ausência de fios ou componentes importantes na arte contemporânea brasileira.


Apontamentos sobre as obras de O Fio da Trama

(...)
Em Sudários (1998) o artista Fábio Carvalho documenta fotograficamente os padrões de transição criados pelo suor absorvido por peças de roupa como sua camiseta. Para o artista, estas imagens são como auto-retratos, não no sentido convencional da história da arte, mas sim como um retrato de um momento particular da vida do corpo de um indivíduo. As imagens monocromáticas são ampliadas a tal ponto, através de um processo digital, que isto apaga sua origem. As imagens transformam o efêmero no permanente.(...)

As obras de O Fio da Trama mostram claramente a consciência e preocupação dos artistas por nossa condição primordial: somos vulneráveis; nossa vida é finita. Ainda com mais eloqüência, estes trabalhos tratam de outro aspecto da vulnerabilidade humana: a noção de que é impossível manter a integridade do ser. (...) Em seu compromisso com a condição contemporânea — a deles e a nossa — os artistas nesta exposição criaram obras que podem nos proporcionar novos pontos de referência, novas perspectivas. Isto é algumas vezes reconfortante, às vezes inquietante. Mas além dos efeitos imediatos, estas novas percepções oferecem uma esperança — a da nossa capacidade de fazer frente aos problemas, de aprender e de ser criativos.

Publicado no catálogo da exposição O Fio da Trama / The Thread Unraveled
El Museo del Barrio - NY - EUA - 2001/2002

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see the workThe thread unraveled: contemporary Brazilian art
Fatima Bercht
2001

 
 

This exhibition ficuses on works created by twenty-one contemporary Brazilian artists over the past decade. The media include sculpture, photography, and multimedia instalations. The participating artists are Efrain Almeida, Brígida Baltar, Miguel Rio Branco, Fábio Carvalho, Paulo Climachausca, Rochelle Costi, Eliane Duarte, Tatiana Grinberg, Luiz Hermano, Hilal Sami Hilal, Lina Kim, Leonilson, Ana Linnemann, Marepe, Vera Martins, Vicente de Mello, Monken, Vik Muniz, Ernesto Neto, Nazareth Pacheco e Laura Vinci. This group comprises artists from different regions of Brazil, both industrialized areas and those tied to agrarian economies. However, the majority of these artists live in major urban centers and have received formal training in the fine arts. The exhibition is not intended as a statement that offers a national definition of Brazilian art; rather, it is meant to weave together different artistic sensibilities that are notable in themselves and to provide a window onto the complex issues, both formal and substantive, that recur in the work of contemporary Brazilian artists.

The name of the exhibition, O Fio da Trama / The Thread Unraveled: Contemporary Brazilian Art, was selected because it conveys the way I perceive the curator's role in this particular project: it is best characterized as that of a weaver. (...) When a curator selects works by different artists and assembles them in an exhibition space and then in the catalogue, relationships are created between works and their creators that could compel the viewer to regard them as a definitive entity. In point of fact, these connections are a matter of personal choice.

As the weaver of The Thread Unraveled, I seek to create a fabric that is loosely woven, although possessing tightly knitted sections. It is my wish that the exhibition have the quality of a lacework that conveys both positive and negative space. Of course, this metaphor acknowledges the inevitable absence of important threads or componentes in the Brazilian art.


Notes on the works in The Thread Unraveled

(...)
In Shrouds (1988), the artist Fábio Carvalho photographically documents transitory patterns created by perspiration absorbed by itens of clothing like T-shirts. For the artist these images are like self-portraits, not in the conventional art historical sense but as the portrait of a particular moment in the life of the body of an individual. The monochromatic images are blown up to a large scale through a digital process that obliterates their origins. They give visibility to the ephemeral.

The works in The Thread Unraveled are clear about the artists' awareness of, and concern with humanity's primordial condition: we are vulnerable, our life is finite. Even, more eloquently, these works address another form of human vulnerability: the challenge of maintaining the integral self. (...) In their engagement in the contemporary condition — theirs and ours — the artists have created works that can provide us with new points of reference, new perspectives. These are at times comforting, at times disturbing. Above and beyond their immediate effects, these new insights offer reassurance — of our ability to cope, to learn, and to be creative.

Published in the catalogue of the exhibition "The Thread Unraveled - contemporary Brazilian art"
El Museo del Barrio - NY - EUA - 2001/2002

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