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O que torna uma fonte boa?
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(artigo originalmente publicado no site Aranha Internet e design)

Fábio Carvalho
5/2/2001

Com a proliferação de programas para criar fontes baratos e fáceis de usar, uma infinidade de pequenos novos estúdios de criação de fontes começou a aparecer. Com mais gente criando e usando tipologias digitais, muitos se perguntam o que exatamente torna uma fonte uma boa fonte, e também o porquê das fontes geralmente custarem tão caro.

Com a quebra do monopólio da criação de tipologias, mercado antes dominado por apenas algumas (e grandes) empresas, hoje em dia não é difícil encontrar um site de um estúdio de criação de fontes, que muitas vezes tem em seu "staff" apenas uma única pessoa -- o criador das fontes e do próprio site. Exemplos deste caso são a Larabie Fonts [ www.larabiefonts.com ], a Blue Vinil Fonts [ www.reflectdesign.com/bvfonts/fontmenu.shtm ] e o Pizzadude [ hjem.get2net.dk/jfischer ].

Por um lado, isso é ótimo, pois com menos monopólio há sempre a possibilidade de melhores preços, bem como a diversidade e disponibilidade de novas fontes na praça aumenta enormemente. Mas exatamente aí aparecem os problemas -- quantidade, a gente bem sabe, não significa necessariamente qualidade, e há muitas fontes por aí que pecam em muitos aspectos fundamentais na criação de uma boa fonte. Vejamos quais são estes aspectos:

A Estética de uma Fonte

O design de uma tipologia é um julgamento estético, e a faixa de opções é cada vez mais ampla.

Personalidade e Individualidade

O designer constrói a personalidade de uma fonte através da conexão com arquétipos conhecidos (letras) e infundindo a estas formas qualidades de expressão que as tornam únicas e distintas dentro do universo tipográfico. Este processo se apoia em várias bases: antecedentes históricos, os interesses pessoais, propensões e valores do designer, além de outras influências muitas vezes não conscientes. Projetos de fontes bem sucedidos apresentam um bom equilíbrio entre forma e originalidade, com uma boa tensão entre legibilidade e capacidade de chamar a atenção.

Integridade

O projeto de uma tipologia precisa de um sentido unificador que seja capaz de reconciliar numerosos detalhes. Se o design de uma fonte é resultado da experiência e olho crítico do designer para relações e variações, este sentido unificador aparecerá. Mas se o design de uma fonte é realizado com pressa, ditado por um comitê, ou executado apenas para cumprir um contrato, sem que haja um envolvimento emocional do designer, pode resultar em um design onde o sentido de totalidade é negligenciado.

Aspectos Técnicos

Uma vez que todos as exigências estéticas foram cumpridas, é a hora de prestar atenção em alguns aspectos técnicos que também são elementos chaves na criação de uma "boa fonte".

Digitalização

Uma fonte digital é uma fórmula matemática que determina como a fonte é impressa ou mostrada na tela. Uma vez que este código matemático será sempre responsável pela aparência da fonte, é imprescindível que seja enxuto e eficiente.

O componente de qualidade mais crítico na criação de uma fonte digital é a digitalização do desenho das letras, o que depende do conhecimento e habilidade da pessoa que faz a digitalização. Embora o recurso de "autotracing" seja um processo efetivo para capturar uma arte final, é normalmente problemático se o contorno (outline) da fonte não é editado ou redesenhado. Para que se otimize cada caractere, os contornos precisam ser digitalizados meticulosamente, com o mínimo de "âncoras" possível, e os pontos de ancoragem precisam estar estrategicamente posicionados.

Se uma tipologia é digitalizada com muitas âncoras e pontos de controle, ou se os pontos se sobrepõe, a fonte normalmente criará problemas na hora da impressão, especialmente para saídas em alta resolução.

Faça um teste para verificar a qualidade de digitalização de uma fonte: Abra o arquivo da fonte em um programa de edição (por exemplo, o Fontographer) ou converta um texto qualquer usando a fonte para "outlines" ou "curves" usando um programa de ilustração (FreeHand, CorelDraw ou Illustrator). Se os caracteres são desenhados suavemente, sem passagens abruptas, e com um mínimo de pontos (preferivelmente menos de 20 por caracter) e se os pontos nos extremos horizontal e vertical estão em ângulo reto, pode-se assumir que a fonte foi bem digitalizada.

Cor e Espaçamento

É impossível falar de um destes atributos sem mencionar o outro. A cor (o padrão de densidade dos elementos do caractere) está invariavelmente ligado ao espaçamento dos elementos do caractere, tanto internamente (espaços dentro da forma, por exemplo) como externamente (a distância entre os diversos caracteres, por exemplo).

O padrão clássico dita uma "cor" suave, regular da massa de texto. Atualmente, uma maior variação da "cor" em um texto é mais aceitável. Como você deve ter pensado agora, um tipo expressivo que se destina a chamar a atenção e se destacar pode violar totalmente esta regra. Mas o designer deve sempre estar atento para a impressão geral de um bloco de texto, e tratar a tipologia que está criando adequadamente.

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