Escolas Mirins
Minha Paixão
Aconteceu Comigo
Personalidades
Fantasias
Velha Guarda
Obrigado Bateria

Flávia Cirino
 

 

 


por Flávia Cirino



Quando a equipe da PJCnet teve a idéia de criar esse espaço, chegou-nos a triste notícia do passamento do grande compositor mangueirense Carlos Cachaça. E antes que a tristeza nos abatesse nos veio uma idéia.

Por que não, numa homenagem final a essa PERSONALIDADE do Mundo do samba não considerarmos ele, Carlos Cachaça, o padrinho dessa coluna? Então fica assim decidido, se nunca antes uma coluna teve um padrinho a nossa coluna PERSONALIDADE o terá - Carlos Cachaça.

E antes que a nossa amiga, jornalista e sambista Flávia Cirino (para quem ainda não sabe, essa moça é uma das melhores passistas de nosso carnaval) comece essa nossa série de entrevistas com as grandes personalidades do Mundo do Samba, façamos nossa singela homenagem ao sambista e nosso padrinho Carlos Cachaça.


FÁBULA VERDE-E-ROSA

CARLOS CACHAÇA CHEGOU AO CÉU

por Henrique Diniz

Ontem pela manhã, corria pelas ruas, vielas e biroscas da Mangueira, uma singela história, de autoria desconhecida. Contava que, no grande bar do Céu, numa mesa discretamente retirada, Noel Rosa, Sinhô, Ismael Silva e Nelson Cavaquinho louvavam as qualidades da cerveja Cascatinha, enquanto Pixinguinha e Tom Jobim exaltavam as possibilidades harmônicas do oficleide. Alheios às outras conversas, Vinícius de Moraes e Lamartine Babo travavam polêmica sobre os confrontos entre Botafogo e América. Para amenizar o clima, Jacó do Bandolim fazia um dueto com a flauta de Patápio Silva, com Donga ao violão e João da Baiana raspando o prato com a faca, garantindo o ritmo.

De repente, um bulício (pois no Céu não há tumultos) atraiu a atenção da mesa para a portaria. Violão na mão, sorriso cândido, Carlos Cachaça esperava pacientemente São Pedro procurar seu nome no Grande Livro das Ações Humanas. Mas uma mão feminina fechou delicadamente o livro, para espanto do guardião do Céu. Era a Virgem Maria que, envolta num manto verde e rosa, tomou as mãos do fundador da Mangueira e lhe disse, com meiguice:

--Pode entrar, seu Carlos. A casa é sua.

Publicado na edição do Jornal EXTRA, de Quarta-Feira, 18 de agosto de 1999.
A Equipe PJCNET agradece ao jornal EXTRA a autorização para a reprodução dessa matéria.



voltar